Com capital inicial de R$ 50 mil, a instituição financeira também fará operações com moeda social, denominada Guará. "A finalidade da moeda social é estimular o consumo de bens e serviços produzidos pela própria comunidade", explica Dione Manetti, diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), que participa do evento.
A necessidade da criação de um banco comunitário em Alcântara foi apontada pelos agentes do Programa de Promoção de Desenvolvimento Local e Economia Solidária (PPDLES) – programa da (Senaes/MTE). A partir daí, a coordenação do PPDLES trabalhou junto à população local na busca de parceiros para a viabilização do Banco. Foram prestados serviços de treinamentos e assessoria técnica.
Crédito diferenciado
Os empréstimos no Banco Quilombola poderão ser feitos nas duas moedas. Para o microcrédito produtivo, a cobrança de juros será de 0,5% a 2%, abaixo da praticada pelo mercado. O crédito pessoal será feito em Guará, sem taxa. "O Banco Comunitário é uma alternativa para a inclusão social e econômica dos quilombolas de Alcântara, sem que a gente tenha que depender das regras tradicionais", defende Servulo Borges, um dos idealizadores da iniciativa dentro da comunidade.
Para facilitar a compra de matéria-prima, os produtores e comerciantes associados ao Banco Quilombola poderão trocar Guará por Real. “O comércio local aceitará a moeda social, mas para fazer operações fora dali o empreendedor precisará da moeda corrente”, ressalta Joaquim de Melo, coordenador do Banco Palmas – entidade que apoiou o a capacitação metodológica para o funcionamento do Banco em Alcântara.
A instalação de um caixa do Banco Popular do Brasil (BPB), subsidiário do Banco do Brasil, garantirá a oferta de outros procedimentos bancários, como o pagamento de contas de água e luz e boletos em geral.
Mobilização comunitária com apoio do Poder Público
Dos R$ 50 mil de fundo do Banco Quilombola, R$ 30 mil são provenientes do BPB e R$ 20 mil do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria Estadual do Trabalho e Economia Solidária (Setres). O apoio do governo estadual foi conquistado por meio da seleção pública de projetos.
“A gente acredita que o microcrédito pode ampliar a geração de trabalho e renda. Essa é nossa primeira experiência de Banco Comunitário”, afirma Terezinha Fernandes, secretária que comanda a Setres. Para Manetti, “outro grande diferencial dessa iniciativa é a independência de governos. O Banco Comunitário ganha um apoio inicial para adquirir autonomia e caminhar sozinho por meio da atuação da própria comunidade”.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação do PPDLES
Fernanda Barreto
(61) 9965.1219
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